sábado, 23 de agosto de 2014

Suassuna – Leide B. Fazio


Ariano Suassuna (1927-2014) foi um escritor brasileiro. “O Auto da Compadecida”, sua obra prima, foi adaptada para a televisão e para o cinema. Sua produção reúne além da capacidade imaginativa, seus conhecimentos sobre o folclore nordestino. Foi poeta, romancista, ensaísta, dramaturgo, professor e advogado. Em 1990, ocupou a cadeira nº 32 da Academia Brasileira de Letras. Em 1993, foi eleito para a cadeira nº 18 na Academia Pernambucana de Letras e em 2000, a nº 35 na Academia de Letras da Paraíba.
Ariano nasceu na cidade de Nossa Senhora das Neves, hoje João Pessoa, capital da Paraíba, em 16 de junho de 1927. Seu pai, João Suassuna, ex-governador da Paraíba, e sua mãe, Rita de Cássiva Villar, e ficou órfão de pai aos três anos de idade. Passou os primeiros anos de sua infância na Fazenda Acauham, no sertão do estado. Durante a Revolução de 1930, por motivos políticos, seu pai foi assassinado. A família muda-se para Taperoá, no interior, onde morou entre 1933 e 1937 e lá inicia seus estudos. Teve os primeiros contatos com a cultura regional assistindo uma apresentação de mamulengos e um desafio de viola.
Em 1938, a família mudou-se para a cidade do Recife, onde Ariano entra para o Colégio Americano Batista. Em seguida, estuda no Ginásio Pernambucano, importante colégio do Recife. Ingressou na Faculdade de Direito, onde fundou o Teatro do Estudante de PE. Em 1947, escreve sua primeira peça: “Uma mulher vestida de sol”. No ano seguinte, escreve “Cantam as harpas de Sião”.
Em 1950, conclui o curso de Direito. Dedicou-se à advocacia e ao teatro. Em 1955, escreveu a comédia “O Auto da Compadecida”. A partir de 1956, passou a dar aula de Estética na UFPE. Em 1970, surge o Movimento Armorial, inspirado e dirigido por Ariano, com o objetivo de valorizar os vários aspectos da cultura do nordeste brasileiro, como a literatura de cordel, a música, a dança, o teatro, entre outros. Suassuna iniciou em 1971 sua triologia com o “Romance Armorial – Popular Brasileiro”, e “O Príncipe do Sangue que vai-e-volta”, tendo como subtítulo “Romance d’A Pedra do Reino”. Teria sequência em 1976, com a “História do Rei degolado nas caatingas do Sertão: ao Sol da Onça Caetana”. Em 1994, se aposenta pela UFPE. Foi secretário de cultura no governo de Eduardo Campos.
Ariano recebia inúmeros convites para realizar “aulas-espetáculos” em várias partes do país, onde, com seu estuli próprio e seus “causos” imaginativos, deixava o público encantado.
Ariano faleceu aos 87 anos, no Recife, decorrente das complicações de um AVC hemorrágico.

Obras de Suassuna (seleção)

Uma mulher vestida de sol (1947).
Cantam as harpas de Sião (ou O despertar da princesa) (1948).
Os homens de barro (1949).
Auto de João da Cruz (1950) – Prêmio Martins Pena.
Torturas de um coração (1951).
O arco desolado (1952).
O castigo da soberana (1953).
O Auto da Compadecida (1955).
O casamento suspeito (1956).
Fernando e Isaura (1956).
O santo e a porca (1958).
Poemas (1990).
Recife, 18/08/2014

Leide B. Fazio

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